Frederico Varandas, presidente do Sporting Clube de Portugal, concedeu uma entrevista exclusiva à conceituada revista alemã Kicker. Esta conversa, que será integrada numa edição especial dedicada à Liga dos Campeões 2025/26, focou-se nas ambições do clube leonino tanto no panorama europeu como no nacional.
Com a iminente estreia do Sporting na Liga dos Campeões, agendada para a próxima quinta-feira em Alvalade contra o Kairat Almaty, o líder dos “leões” definiu um objetivo claro para a equipa na principal competição de clubes da Europa.
“O nosso objetivo mínimo é alcançar os playoffs, um passo fundamental para solidificar a imagem internacional do Sporting como um participante regular e respeitado na Champions League”, afirmou Varandas.
O presidente salientou que esta meta visa restaurar o reconhecimento e o prestígio dos “leões” a nível europeu, um caminho que, segundo ele, já foi trilhado com sucesso no contexto nacional.
Varandas relembrou o estado do clube quando assumiu a presidência: “Quando tomámos posse, o Sporting vivia o momento mais difícil da sua história. Estávamos há 17 anos sem conquistar o campeonato nacional e, na sequência do ataque à Academia em maio de 2018, os nossos principais jogadores tinham rescindido os contratos. A situação financeira era precária, sem recursos sequer para o pagamento de impostos no final do ano. Foi um recomeço do zero. Atualmente, recuperámos o nosso prestígio e a nossa visibilidade internacional, e agora pretendemos solidificar a nossa posição como o principal clube do futebol português.”
O líder sportinguista reconheceu que “entre o início dos anos 80 e 2018, o Sporting teve um desempenho modesto em termos de troféus, em comparação com os nossos rivais”, um fator que atribuiu, em parte, à persistente instabilidade interna.
“Tenho 45 anos e pertenço a uma geração de adeptos que muito sofreu com esta realidade. Antes de me tornar presidente, só tive o prazer de celebrar dois campeonatos, em 2000 e 2002. É inegável que a instabilidade interna foi uma das principais causas do insucesso do Sporting durante quatro décadas. Por essa razão, os primeiros dois anos da nossa gestão foram dedicados a reorganizar a estrutura do clube e a criar as bases para o sucesso que se seguiu”, explicou.
Desde que assumiu a liderança, Frederico Varandas já contabiliza nove títulos no futebol sénior: três campeonatos nacionais, duas Taças de Portugal, três Taças da Liga e uma Supertaça, tornando-o o presidente mais vitorioso na história do clube.
Este percurso de sucesso, segundo Varandas, terá definitivamente relegado para o “passado” a ideia de que o Sporting seria o “terceiro grande” de Portugal.
“Com três títulos nacionais, além da Taça de Portugal, Supertaça e Taça da Liga, somamos nove troféus. Foi precisamente esta ambição que me motivou a liderar o clube. Prometi a mim mesmo que as gerações futuras não deveriam vivenciar as mesmas frustrações da minha geração. Entendemos, portanto, a perceção externa do Sporting como `terceiro grande`. Era uma realidade. No entanto, é igualmente um facto que conseguimos reverter essa perceção. Hoje, o Sporting é o clube líder em Portugal. Não tenho dúvidas de que a ideia do `terceiro grande` é uma página virada na nossa história”, concluiu Varandas.
