Noronha Lopes Recorda Eleições de 2020: “Quis Evitar Confrontos Entre Benfiquistas”

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Luís Filipe Vieira venceu o ato eleitoral de há cinco anos, conquistando 62,59% dos votos, contra os 34,71% obtidos por Noronha Lopes.

João Noronha Lopes nas eleições do Benfica de 2020

João Noronha Lopes, colocando a sua máscara de proteção respiratória, após falar aos jornalistas antes de exercer o seu direito de voto para as eleições do clube, no Estádio da Luz. Foi o primeiro dos candidatos a votar e terminou no segundo lugar, com mais de 30% dos votos. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

João Noronha Lopes recordou recentemente as eleições do Benfica em 2020, onde se candidatou contra Luís Filipe Vieira, que acabou por ser eleito presidente com 62,59% dos votos.

Em entrevista ao podcast `Mata-mata`, o antigo candidato explicou os motivos que o levaram a não contestar os resultados na altura.

“Foi uma decisão muito difícil e individual. A maior parte das pessoas que me rodeava pensava de forma diferente. Mas, por vezes, temos de tomar decisões difíceis, sozinhos. Naquela altura, foi o que considerei mais adequado. Mesmo que tivéssemos contestado, o processo teria terminado da mesma maneira. As urnas seriam levadas para um determinado local e qualquer ação que se pudesse fazer já teria sido realizada, com o agravante de que a noite poderia ter acabado em confrontos entre benfiquistas. E foi esse o cenário que quis evitar”, começou por esclarecer.

O empresário aproveitou a ocasião para reiterar a sua oposição ao voto eletrónico, argumentando que existem dúvidas significativas sobre a sua credibilidade e fiabilidade.

“Em primeiro lugar, porque ainda não oferece condições de total isenção e credibilidade. Isso explica porque não é utilizado nas eleições para os órgãos de soberania em Portugal e na grande maioria dos países democráticos do mundo. É porque existem dúvidas fundamentadas sobre a credibilidade do processo e a possibilidade de interferências externas. Em segundo lugar, porque acho que no Benfica é mais importante ter o voto escrito. Por uma questão de legitimidade do presidente. O que quero dizer? É fundamental para o presidente, quando for eleito, que não existam quaisquer dúvidas relativamente à votação. A única maneira de garantir isso é através do voto escrito, para evitar que continuemos a ter discussões sobre se o voto eletrónico era ou não fiável”, sublinhou.

Sobre este tema, Noronha Lopes recordou que “os sócios do Benfica votaram, em mais de 90 por cento, pela abolição do voto eletrónico e pela escolha do voto físico”, e que, para que “exista um voto eletrónico, este tem de ser validado através do depósito de voto físico em urna”.

“Até podemos ter esta ou aquela opinião, mas os estatutos são o que são. Não podemos ignorar os estatutos”, acrescentou.

O candidato realçou ainda a importância de “tornar esse voto o mais alargado possível para todos os sócios do Benfica” e revelou o que foi discutido na última reunião entre os candidatos e o presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG) encarnada.

“Discutimos que o voto por correspondência seria uma boa solução. Contudo, levanta o problema do cumprimento dos prazos estatutários, que dificilmente se conciliam com a troca de correspondência. Seria muito arriscado fazer isso, argumentou o presidente da Mesa da AG, e eu compreendi. Em alternativa, depois de propormos o voto por correspondência, o que sugerimos foi o alargamento das secções de voto aos Açores e à Madeira, tal como fazemos no Continente, nas Casas do Benfica, escolas ou hotéis. Exatamente o mesmo processo deve ser replicado fora de Portugal, nas Casas do Benfica ou onde exista um número significativo de adeptos, como num hotel ou consulado”, contou.

Noronha Lopes desvalorizou os alegados custos que o processo possa ter para o clube da Luz.

“Se não é numa votação para as eleições que justificamos gastar um montante significativo, então para que é? Este argumento não se sustenta. É mais complicado do ponto de vista logístico, mas temos a obrigação de tentar chegar ao maior número possível de sócios nas ilhas e no estrangeiro. E o Benfica tem de criar condições para que isso possa acontecer”, concluiu.