Trent Alexander-Arnold deixou o Liverpool. Para ser justo, a FSG (Fenway Sports Group, proprietários do clube) geriu muito bem esta situação, garantindo cerca de 10 milhões de libras para permitir que o lateral-direito se juntasse antecipadamente ao Real Madrid, de forma a poder jogar sob o comando de Xabi Alonso no Campeonato do Mundo de Clubes do próximo mês.
Foi uma saga cansativa, uma mancha indiscutível no incrível triunfo do Liverpool na Premier League. Bem, acabará por se resolver. Agora que toda a provação terminou, podemos voltar a atenção para as empolgantes chegadas a caminho de Anfield.
Quem poderá sair do Liverpool
Alexander-Arnold não foi o único em lágrimas quando o Liverpool ergueu o troféu da Premier League após o empate no final da época com o Crystal Palace, no domingo. Harvey Elliott apresentou-se como uma figura comovente, pois o jovem criador de jogo viu o seu papel limitado esta temporada e parece que poderá sair. Wolverhampton Wanderers, Bayer Leverkusen e Borussia Dortmund são nomes apontados, com o Liverpool a exigir 50 milhões de libras.
Com a chegada de Jeremie Frimpong iminente (já completou os exames médicos), a permanência de Kostas Tsimikas no clube, que dura há cinco anos, poderá chegar ao fim. Andy Robertson, de 31 anos, tem estado em declínio, mas quer ficar e disputar um lugar com Milos Kerkez do Bournemouth (cujo negócio está em andamento), e não haverá espaço para três.
Darwin Núñez é talvez o nome mais provável para uma saída. O Liverpool procura um avançado, mas não pode avançar sem a venda do seu jogador recorde do clube, cujas lutas bem documentadas em Inglaterra o deixaram com apenas sete golos em 47 jogos em todas as competições esta época.
Tem sido frustrante assistir à dificuldade do uruguaio, especialmente após as esperanças iniciais de que ele emulasse o seu compatriota Luis Suárez e se tornasse uma superestrela no Liverpool.
Noutro contexto, também surgiram esta semana relatórios curiosos sobre o interesse do Bayern de Munique em Cody Gakpo, mas parece improvável que a FSG permita a saída do avançado de flanco esquerdo, apenas atrás de Mohamed Salah na lista de melhores marcadores do Liverpool esta época.
No entanto, Luis Díaz também está a ser alvo de pretendentes e poderá muito bem estar a caminho de uma saída nos próximos meses.
FSG espera proposta por jogador-chave
Segundo o especialista em transferências Ben Jacobs, o Liverpool espera ser contactado por representantes sauditas nas próximas semanas, com o Al Nassr – que está a solicitar financiamento para fazer uma oferta – a identificar Díaz como o seu principal alvo.
Jacobs acredita que é provável que Díaz custe mais de 85 milhões de euros (72 milhões de libras), caso saia de Anfield este verão, com a sua potencial saída a não ser certamente uma formalidade.
O Barcelona também tem um interesse de longa data no jogador de 28 anos, com os Blaugrana em particular a revelarem publicamente a sua admiração pelo jogador enquanto ponderam uma proposta.
Pensa-se que Díaz está a pressionar por um novo contrato em Anfield, ganhando apenas 55.000 libras por semana e entrando no penúltimo ano do seu atual vínculo.
Porquê Díaz pode ser outro Luis Suárez
Embora possa parecer uma boa ideia aceitar uma grande oferta por Díaz, ele é considerado um jogador `de classe mundial` pelo antigo treinador do Liverpool, Jurgen Klopp, e substituí-lo eficazmente, com outras áreas a necessitarem de investimento, poderá ser complicado.
De facto, o colombiano acabou de ter a sua melhor campanha no Liverpool, marcando 17 golos e fornecendo oito assistências em todas as competições. Além disso, os seus dados técnicos subjacentes são altamente impressionantes. De acordo com a FBref, o habilidoso jogador classifica-se entre os 13% melhores médios ofensivos e extremos nas cinco principais ligas da Europa esta época em termos de golos marcados, entre os 7% melhores em percentagem de passes completos, e entre os 19% melhores em “successful take-ons” (dribles bem-sucedidos).
Um “successful take-on” é registado quando um jogador supera o seu oponente ao conduzir diretamente a bola para lá dele, mantendo a posse.
Vender Díaz no auge da sua forma poderá até mimetizar a venda pontual de Suárez ao Barcelona, com a lenda do futebol a juntar-se ao Camp Nou num negócio avaliado em 75 milhões de libras em 2014.
Existem diferenças, claro, mas o Liverpool estaria a abrir mão de uma estrela sul-americana após uma época a competir no topo da Premier League.
Mas os sentimentos de indiferença em relação a Díaz são equivocados: assim como Suárez era sob o comando de Brendan Rodgers, Díaz é um dos melhores jogadores do mundo na sua posição, talvez um pouco perdulário aqui e ali, mas ainda produzindo números impressionantes que outros jogadores podem ter dificuldade em replicar.
Apenas Raphinha e Bradley Barcola do Paris Saint-Germain superaram Díaz em golos entre os extremos esquerdos nas cinco principais ligas da Europa esta época, e ele foi de facto o melhor marcador na sua posição na Premier League.
Suárez marcou 82 golos em 133 jogos pelos Reds. Ele é, claro, um ponta de lança puro, mas o princípio mantém-se: o Liverpool estaria a pisar em terreno perigoso ao permitir a saída do seu irreverente e veloz jogador, com muitas outras mudanças a ocorrerem em Anfield Road.
É uma situação complicada: Díaz é um dos melhores extremos da Premier League, fundamental para a equipa que competiu no topo esta época antes da chegada de Slot, e tendo também completado a sua temporada individual mais produtiva com a camisola do Liverpool.
No entanto, ele também terá 30 anos quando o seu atual contrato expirar no final da campanha de 2026/27, e os pretendentes parecem dispostos a pelo menos considerar pagar uma quantia avultada para o tirar de Merseyside.
Há muito a considerar, porém; será que Díaz é realmente uma fragilidade nesta equipa? Será que a sua destreza é injustamente ofuscada pela produção ridícula de Salah, que dificilmente é um parâmetro justo para comparar qualquer extremo talentoso?
O Liverpool poderá vir a olhar para os valores encaixados, caso Díaz saia, com uma similar sensação de pesar àquela que sentiram quando Suárez partiu em busca de riqueza no estrangeiro. Dito isto, a resiliência e intensidade levaram o Liverpool ao sucesso esta época, e deverão ser capazes de superar tal revés sob a nova era liderada por Slot.
