Este artigo é o quarto da nossa série sobre clubes da Bundesliga na Liga dos Campeões, e o foco é o Eintracht Frankfurt. A recente performance da equipa no “Top Spiel” da Bundesliga foi um clássico Eintracht, fazendo jus à alcunha de “diva mais temperamental”. Conhecido pelas suas exibições inconsistentes, mas cativantes, durante décadas, muito antes de Oliver Glasner os ter levado à glória na Liga Europa.
A nossa análise de pré-época sugeriu que o Eintracht poderia lutar pelo título. No entanto, a equipa de Dino Toppmöller tem tido dificuldades, com duas derrotas na liga contra o Bayer 04 Leverkusen e o 1. FC Union Berlin, deixando-os a seis pontos do líder Bayern Munique. Dado o início forte do Bayern, essa previsão de título parece precipitada. O Eintracht continua a ser empolgante, mas as verdadeiras equipas campeãs dominam a consistência, mesmo que isso signifique ser “aborrecido”.
Em comparação com outros clubes da Bundesliga na Liga dos Campeões, incluindo o RB Leipzig, que ocupa o terceiro lugar, há frequentemente um elemento de “monotonia” no seu jogo. As vitórias dominantes do Bayern são muitas vezes previsíveis. Os jogos do Dortmund podem ser desinteressantes, independentemente do resultado. O Leverkusen, por vezes, joga de forma conservadora para evitar as atenções. O Eintracht, no entanto, é diferente.
O Eintracht nunca aborrece; todos os sete jogos tiveram pelo menos cinco golos! Vamos aprofundar.
Plantel do Eintracht Frankfurt na Liga dos Campeões
Primeiro, uma breve análise do plantel:
O plantel do Eintracht para a Liga dos Campeões apresenta algumas escolhas surpreendentes, como a inclusão de cinco guarda-redes. Aurelé Amenda foi selecionado apesar de uma transferência falhada e sem perspetivas de jogar na Bundesliga. Nnamdi Collins e Fousseny Doumbia (20 anos) poderiam estar na “equipa B”. Timothy Chandler e Mahmoud Dahoud também estão presentes, embora a sua necessidade seja questionável.
Guarda-redes:
- Zetterer
- Grahl
- Siljevic
- Santos
- Obert
Defesas:
- Baum
- Theate
- Koch
- Amenda
- Kristensen
- Brown
- Chandler
- Buta
- Collins
- Doumbia
Médios:
- Højlund
- Knauff
- Skhiri
- Larsson
- Dahoud
- Bahoya
- Doan
- Götze
- Is
- Dills
- Fenyö
Avançados:
- Chaïbi
- Burkardt
- Wahi
- Batshuayi
- Uzun
Os jovens médios Eba Bekir Is (16) e Marvin Dills (18) mostraram alguns pormenores no estágio de pré-época. Não há informações sobre Noah Fenyö (19), que poderá ter sido observado, mas não é recordado. Jessic Ngankam, lesionado, é o único jogador do plantel da Bundesliga que ficou de fora por enquanto. Hugo Larsson estava na lista B até que o empréstimo de Hrvoje Smolcic foi finalizado.
Calendário Restante do Eintracht Frankfurt na Liga dos Campeões
A equipa de Toppmöller começou a sua campanha na Liga dos Campeões de forma ideal, com uma atmosfera fantástica. O Eintracht, sem receio, virou o jogo contra o Galatasaray de Leroy Sané e Ilkay Gündogan. Ritsu Doan, Can Uzun e Jonathan Burkardt deram ao SGE uma vantagem de 3-1 antes do intervalo, e Burkardt e Ansgar Knauff selaram a vitória por 5-1.
O calendário restante é excecionalmente difícil. No entanto, a força dos adversários parece irrelevante, já que a equipa tem superado todos os desafios. O destaque é Can Uzun, de 19 anos, apelidado de “Tufão Turco”, que finaliza de forma espetacular.
Terça-feira, 30 de setembro
Atletico Madrid (F) 21:00
Quarta-feira, 22 de outubro
FC Liverpool (C) 21:00
Terça-feira, 4 de novembro
SSC Napoli (F) 18:45
Quarta-feira, 26 de novembro
Atalanta Bergamo (C) 21:00
Terça-feira, 9 de dezembro
FC Barcelona (F) 21:00
Quarta-feira, 21 de janeiro
Qarabag Agdam (F) 18:45
Quarta-feira, 28 de janeiro
Tottenham Hotspur (C) 21:00
A desforra com o Tottenham é muito aguardada. Os ultras do Eintracht já estão focados neste jogo. Toppmöller prometeu que os adeptos do Spurs sentiriam a força das Águias na última vez. Mesmo que o jogo não tenha impacto na classificação, os adeptos do Frankfurt dedicarão o mesmo tempo e paixão na preparação. É uma promessa!
É importante destacar a brutalidade deste percurso. O calendário da Bundesliga também foi implacável. O Bayern espera antes da pausa internacional de outubro. Freiburg e St. Pauli seguem o jogo com o Liverpool. Depois, o Eintracht defronta o Dortmund na Pokal, antes de um alívio contra o Heidenheim. Nunca há um momento aborrecido! Esperem mais jogos com muitos golos antes de novembro.
Análise Tática, Eintracht Frankfurt
Após uma vitória convincente na Taça, o Eintracht goleou o desfalcado Werder Bremen no primeiro dia da liga. Can Uzun começou a fazer história nesse jogo e não parou desde então. A vitória por 4-1 sobre o Bremen foi seguida por um impressionante 3-1 fora de casa contra o Hoffenheim na segunda jornada.
Onze Inicial—Frankfurt (Jogos 1-2)
Toppmöller usou o mesmo 4-2-3-1 nos dois jogos. A única alteração foi Elye Wahi a substituir o lesionado Jonathan Burkardt. Contra o Hoffenheim, o Eintracht teve trabalho defensivo inicial, mas Ritsu Doan assumiu o controlo e marcou o 2-0 num contra-ataque antes dos 30 minutos.
O jogo contra o Hoffenheim poderia ter sido resolvido mais cedo com mais eficiência. Wahi não conseguiu replicar o bom desempenho do estágio, e Bahoya, após um início forte contra o Bremen, viu a sua finalização piorar. Uzun marcou o 3-0 logo após o recomeço, e o Eintracht foi para a pausa internacional empatado em pontos com o Bayern.
A primeira derrota na liga veio contra o Leverkusen. O 4-2-3-1 de Toppmöller manteve-se, com Burkardt de volta e Oscar Højlund a substituir o doente Hugo Larsson. A lesão de Rasmus Kristensen forçou o treinador a reorganizar a defesa logo após Grimaldo marcar de livre aos 10 minutos.
Onze Inicial—Frankfurt (Jogo Três)
A equipa manteve a posse de bola razoavelmente bem. Com a lesão de Kristensen, Nnamdi Collins foi deslocado para a lateral direita, e era evidente que ele e Nathaniel Brown teriam dificuldades em conter o ataque do Leverkusen, especialmente os seus alas.
Onze Inicial—Frankfurt (10º minuto)
Collins e Brown esforçaram-se, com Collins quase marcando um golo espetacular. No entanto, os seus desarmes foram fracos. Arthur Theate, desestabilizado pela mudança de posição, cometeu várias faltas. O Leverkusen dominou o primeiro tempo, indo para o intervalo com 2-0.
Uzun reduziu para 2-1 aos 52 minutos. A expulsão de Robert Andrich aos 59 minutos deixou o Leverkusen com menos um, e Collins quase empatou com um remate potente. Toppmöller demorou a fazer mudanças para procurar a vitória.
Onze Inicial—Frankfurt (73º minuto)
Esta mudança tática não resultou. Jogadores que vinham bem na época falharam. Doan não conseguiu driblar, e Chaibi perdia a bola e não contribuía em lances de bola parada. A equipa não teve fluidez e não conseguiu adaptar-se.
A tripla substituição de Toppmöller aos 83 minutos (Knauff, Dahoud e Wahi por Bahoya, Uzun e Burkardt) trouxe algum fôlego, especialmente de Knauff e Wahi. Dahoud, no entanto, apenas cometeu faltas. Grimaldo marcou o seu segundo golo de bola parada aos 90+8, selando a vitória do Leverkusen por 3-1.
O impacto de Knauff do banco fez com que ele fosse titular no jogo da Liga dos Campeões, com Toppmöller a regressar ao 4-2-3-1. Larsson também recuperou o seu lugar de Højlund. Embora o jogo da UCL já tenha sido detalhado, é crucial notar que Brown e Collins melhoraram significativamente com mais tempo e treino.
Depois da goleada de 5-1 ao Galatasaray, o Eintracht defrontou o Union Berlin na liga, perdendo por 3-4 em casa num jogo de muitos golos, com um resultado que não refletia a partida.
Para além das polémicas de Baumgart, Toppmöller poupou Knauff e Burkardt, e os seus substitutos (Bahoya e Wahi) não renderam ofensivamente. O meio-campo, com Larsson e Chaibi, mostrou-se cansado e vulnerável, sofrendo três golos em contra-ataques.
A perder por 1-4, Toppmöller fez quatro alterações tardias, com Burkardt e Knauff a dinamizarem a equipa. Doan e Koch criaram oportunidades no novo 4-1-3-2. Uzun reduziu, e Burkardt marcou de penálti para o 3-4, num lance que irritou Baumgart.
Onze Inicial—Frankfurt (70º minuto)
É seguro afirmar que os golos tardios do Eintracht não resultaram desta tática. Ficou claro que Toppmöller não tinha um “Plano B”. Talvez por isso, ele tentou algo diferente contra o Gladbach, deixando Larsson, Bahoya e Wahi no banco, e dando a Ellyes Skhiri a sua primeira titularidade na liga.
Onze Inicial—Frankfurt (Jogo Cinco)
É difícil determinar se os cinco golos sem resposta do Frankfurt, no jogo de dez golos no Borussia Park, foram resultado desta tática. A defesa do Gladbach, sob o comando interino de Eugen Polanski, foi infantil. Uma falha num canto permitiu a Robin Koch abrir o marcador aos 11 minutos, e a equipa de Polanski desmoronou-se logo depois.
As conclusões de uma goleada como esta são limitadas. Chaibi, juntamente com Uzun e Doan, foi provavelmente quem mais contribuiu para a vitória. Collins e Brown, embora inconsistentes em duelos individuais, merecem o título de “heróis esquecidos”.
Os golos tardios do Gladbach resultaram, em parte, da entrada de defesas menos utilizados (e transferências falhadas) como Amenda e Buta por Toppmöller. Principalmente, a equipa reduziu a intensidade para poupar energia para o importante jogo da Liga dos Campeões de terça-feira.
Previsão para Terça-feira: Eintracht 3, Atlético 2
Existe uma história interessante entre os dois clubes, que se defrontaram na Taça dos Vencedores das Taças em 1975, com o Eintracht a levar a melhor sobre o Atlético nos oitavos de final. Mais recentemente, ninguém esquece a “cruzada branca” dos adeptos do Eintracht contra o Barcelona nos quartos de final da Liga Europa de 2021/22.
Os ultras do Eintracht estarão em força no Metropolitano na terça-feira, transformando o estádio numa extensão do Waldstadion. Não se deve apostar contra a paixão dos adeptos nem contra Can Uzun na sua forma atual. Este clube da Bundesliga não vai abrandar. Boa visualização para todos!