Numa palestra divulgada pela Columbia Business School, André Villas-Boas, o atual presidente do FC Porto, e Michele Montesi, o Chief Strategy Officer do clube, partilharam pormenores sobre o cenário que encontraram ao assumir a liderança da instituição azul e branca.
Villas-Boas salientou que algumas das decisões foram essenciais para salvaguardar o futuro imediato do clube. Além disso, revelou a sua intenção de propor uma limitação ao número de mandatos para a presidência dos dragões, de modo a que nenhum dirigente permaneça no cargo por mais de 12 anos.
“Foi um período extremamente sensível para o clube. Senti que era o momento de revitalizar o clube, que se encontrava num estado de degradação financeira. Entendi que era tempo de modernizar a estrutura, elevá-la a um patamar superior e continuar a expansão internacional, obviamente, conquistando títulos com uma equipa competitiva”, começou por referir o líder máximo dos azuis e brancos.
“O FC Porto não conquista o campeonato nacional há três anos, e estamos a recompor as peças, a esforçar-nos para construir uma equipa mais forte para a nova época. Finalmente, temos as condições financeiras para investir no mercado, pois conseguimos resolver grande parte dos problemas financeiros. Algumas das operações que concretizámos foram decisivas para salvar o clube e assegurar que continuasse a ser um clube de sócios. Caso contrário, é provável que tivesse sido alienado a um fundo de investimento ou a um fundo privado”, recordou.
“Tinha uma espécie de convicção de destino em ser presidente do clube da minha cidade, o FC Porto. Decidi concorrer contra um presidente extraordinário, Pinto da Costa, que esteve no cargo por 41 anos, e venci as eleições. É uma responsabilidade gigantesca, mas estamos empenhados em conduzir o clube para a frente, não só em termos desportivos, mas também a nível financeiro, estrutural e operacional. Esperamos dar os passos acertados para alcançar ainda mais êxito nos próximos anos”, prosseguiu.
“Somos um clube de sócios, que elege o presidente a cada quatro anos. Não temos um limite de mandatos, e para que isso fosse implementado, teríamos de submeter a proposta à Assembleia Geral e alterar os estatutos do clube. É algo que desejamos fazer para definir um limite de três mandatos, ou seja, uma presidência de 12 anos. Este é um desafio que enfrentamos e, para que se concretize, necessita de ser aprovado em Assembleia Geral. Alterar os estatutos do clube é sempre um processo delicado”, reconheceu André Villas-Boas.
